quinta-feira, março 23, 2006

Jamor aqui vamos!


E, o FCP tá na final ! A carruagem "azul e branca" passa e o cão Paulo Bento ladra!
Bem sei, que o Baía fez uma grande exibição com 3 grandes defesas e isso é demonstrativo que o Sporting teve grandes oportunidades de golo.Mas o FCP não jogou mal, e passa com todo o mérito à final da taça de Portugal.
Lamentável mais uma vez a atitude Paulo Bento no seu tom de voz bronco: mau-perdedor , faccioso e mentiroso.Era melhor ter continuado como jogador!
Adriaanse, vá lá que ganhaste um "clássico", mas na verdade não ganhaste! Pois o resultado oficial é um empate após os 90 minutos.Agora peço-te Co , é que ganhes mas é no " lagarteiro" !
Vamos lá, quero uma dobradinha à FCP !

Match point


Woody Allen volta pela enésima vez, e ao contrário do que se tem dito por aí, não considero um filme fabuloso, nem dos melhores dos que ele fez.
Desta vez rodando em Londres (deixando NY!) com o apoio da BBC, Allen mostra-nos variadas partes de Londres e isso é um dos pontos a favor do filme.Sem ser no entanto, algo espectacularmente visual antes pelo contrário, não é um filme criativo a nível de imagem.
Mas como isso não é o que costuma marcar os filmes de Allen, adiante! E, então os famosos diálogos de Allen? Longe vão os tempos de "Annie Hall"! "MatchPoint", que eu me recorde só tem 1 ou 2 piadas intelectuais à "la" Allen!
O melhor do filme, é mesmo o conceito de sorte que o protagonista principal aqui representado por Jonathan Rhys-Meyers (que parece por vezes Joaquin Phoenix), explica com a teoria da bola de ténis que bate na rede, tanto pode cair para um lado como para outro, ditando a derrota ou a vitória.Essa metáfora, é o princípio e o fim do filme.E o fim, acaba de maneira humorística pegando nessa teoria, mas não é o suficiente para chegarmos ao ponto de dizer que todo o filme é obra-prima!
E, pelos vistos a bola cai sempre para o lado da vitória do protagonista, que conhece as pessoas certas no lugar certo no momento certo.Mas a verdade é que este Chris Wilton, é um escroque arrivista vindo da Irlanda sedento de subir a todo o custo na elitista sociedade londrina.
A duração do filme é longa acompanhada por uma ópera melancólica com "riscos de vinil", mas até vê-se bem, as representações são boas, como a Scarlett Johansson! :)
Destaco a representação de Brian Cox, no papel sogro do anti-herói do filme, assumindo o papel de patriarca, rico, britânico da alta-sociedade londrina, com um distinto "royal accent"! E de Emily Mortimer no papel de mulher "encornada", bondosa, feliz e ingénua.
Finalizando, Woody Allen arrisca mudando, mas fico com a sensação que a mudança podia ser melhor ou pelo menos eu esperava...

quarta-feira, março 15, 2006

As Flores perdidas de Don Johnston


Crítica de "Broken Flowers" de Jim Jarmusch, um dos realizadores independentes mais conceituados, vencedor do prémio do Júri-2005, não confundir com a "Palma d'Ouro".
Filme nitidamente de cariz independente, pelo seu ritmo (atente-se na sequência inicial do percurso da carta), é agradável de se seguir sem ser uma "obra-prima".Achei particularmente piada ao estilo de Don com o seu fato-de-treino Fred Perry, muito 80's! A cena com mais piada é quando Don fala com o seu vizinho ( estando tão próximos um do outro) mas por telemóvel.Será uma crítica aos tempos modernos?
O protagonista principal chama-se Don Johnston, nome comicamente bem escolhido pois é de uma adaptação de "Don Juan" para o inglês, assim como uma piada com o semi-famoso actor Don Johnson que apareceu nos nossos ecrãs nos anos '80 com Miami Vice.
Ora, e tudo começa com uma carta misteriosa que chega ao protagonista principal quando este ainda ou já (como preferires) se despede de mais uma mulher na sua vida (no caso: Julie Delpy).
A carta refere que um filho do protagonista (que ele até aí desconhecia a existência) o irá procurar na esperança de conhecer o pai.Espicaçado pelo jamaicano vizinho, que incute algum humor ao filme, e que tem manias que é Sherlock Holmes, "Don Johnston" (Bill Murray) empreende então uma grande viagem em busca das mulheres da sua vida na tentativa de descobrir quem será então a mulher deste seu primogénito.Isto é realmente algo de novo na rotina melancólica a que o personagem se tem reservado nos últimos tempos.Vemos "Don Johnston" na sua sofisticada e fria casa em constante "pasmaceira" sem fazer nada com a sua famosa expressão facial minimalista que nada dizendo, tudo transmite! Há poucos actores como ele ou que pelo menos se tem dedicado a isto como Bill Murray.Quão diferente ele está do Bill Murray-extrovertido e falastrão de "Ghostbusters" de 1985, e passaram-se 20 anos !
Então, caminhamos com Bill Murray pela América, com planos do retrovisor "galgando" alcatrão.Primeiro encontra Sharon Stone (ainda bonita) apesar de viúva vivendo sua vida bem com a sua provocante filha, depois Frances Conroy como uma bem-sucedida mas infeliz mulher casada sem filhos, adiante aparece Jessica Lange uma "lesb" com a tara de ser comunicadora de animais e por fim Tilda Swinton (de cabelo escuro,nem parece a mesma) como uma deslavada, agressiva e badalhoca que vive com 2 "hillbillies" ou "rednecks" como chamam na América.
Depois de finalizada a viagem (e de ter perguntado a todas se têm uma máquina de escrever-visto que a carta tinha sido escrita com uma LOL), Don reencontra-se com o seu vizinho o tal que lhe havia "burned" um CD para ouvir na viagem :) Chegam a nenhuma conclusão, porque cada uma supostamente teria dado uma indicação que podia ter sido qualquer uma delas a escrever a carta.
No fim Don encontra-se com um jovem na rua (quem ele pensa que poderá ser seu filho) e oferece-lhe uma refeição, fala com ele,tenta solucionar o seu "Puzzle" pessoal que o intriga.Mas quando a conversa se torna muito pessoal, o jovem foge.Don corre desesperadamente à procura dele para saber de uma vez por todas se aquele é ou não o seu filho.Por fim acaba por perdê-lo de vista, e fica isolado no meio da rua e ainda tem tempo de ver outro jovem e trocar um olhar, mas esse olhar deste jovem que passa num carro tem duplo sentido a meu ver: pois tanto pode ser o olhar de quem poderá ser efectivamente seu filho como pode ser o olhar de alguém que olha para Don com pena, pois Don tal como o derradeiro plano mostra é um homem só e perdido, resultado das suas aventuras "DonJuanescas" do passado.