quarta-feira, abril 05, 2006

v de volatil


É o título (acima) que apetece-me pôr para denominar este produto saído das mãos dos irmãos Wanchowsky.
No início, é relembrado Guy Fawkes, um tal de pseudo-terrorista inglês do séc.XVII que pretendia explodir com o parlamento inglês.Não chegarei tão longe a dizer que o dito cujo esteja a dar voltas na campa por causa deste filmezinho, porque o "rapaz" já é "ar"! Duvido muito que ele , um católico assumido se auto-revesse nesta "estória"...
Depois deste preâmbulo histórico, assistimos à entrada de cena de "V", o herói de peruca rídicula (digna de clube de travesti) que oferece-nos uma Verborreia Verbal Vislumbrosa ! Devo dizer, que até foi um momento feliz do filme, "V" constrói umas frasezinhas todas começadas pela letra V quando salva a frágil Every (Natalie Portman) de uma agressão por parte de 2 homens.
"V" é um intelectual, terrorista que pretende acabar com uma ditadura moralista que comanda a Inglaterra no séc.XXI. Foi preso e ficou queimado no passado por isso decide vingar-se.
"V for Vendetta" é o filme mais pró-terrorista, mais politico-sexualmente correcto, mais pseudo-libertário que vi até hoje.Não se justifica uma "peça" destas nos dias que correm, bem sei que o filme é baseado na BD que foi escrita nos anos '80, na era da "dama-de-ferro".Mas hoje em dia, à luz de 2006 "soa" a lamechice injustificada.Muitos dos direitos reivindicados por minorias já foram conseguidos nos dias que correm...
O filme atinge o ponto mais baixo, quando um amigo de V, interpretado por Stephen Fry, na sua secreta sala que possui em casa, onde tem peças "censuradas" pelo sistema; aparece o Corão! Sim, supostamente o Corão naquela sociedade fascista-cristã era proibido !
Nunca aconteceu tal coisa, nem nunca acontecerá na nossa avançada civilização ocidental! O mesmo já não posso dizer ao contrário de outras sociedades mais remotas...A Europa pelo contrário (incluindo a Inglaterra) tem recebido imensos muçulmanos ao longo dos últimos anos.
Acho péssimo buscar o Islamismo para um filme que se assume como pró-terrorista!
O filme perde imenso tempo na tortura de Every (Portman) cometida pelo próprio "V" ! Que desse modo quer fazer-lhe passar a ideia de sofrimento, repressão logo dando mais valor à liberdade! É por essa altura que Natalie rapa o cabelo e sabe da "estória" babosa de uma heroína que tinha sido reprimida pelo poder político instituído.Outro ponto bem baixo do filme...
E, perguntam-me que é que o filme tem de bom? A interpretação do Stephen Rea (como agente policial), a sequência do dominó (fantasticamente filmada e montada com imagens paralelas de revolta social), e ainda o pormenor dos "rastos" visuais das facas usadas pelo V aquando das suas lutas.
Há ainda uma sequência ousada e original, que é a explosão da "casa dos comuns" (Westminster Palace-parlamento inglês)! A parte preferida do filme para o Bin Laden com certeza :) Essa sequência, como grito anárquico contra o despotismo, feudalismo, hipocrisia política aplaudo ,mas por outro lado já não aplaudo, quando se atenta como símbolo da democracia ocidental.
No fim, a liberdade é conseguida e o sistema cai para gáudio de milhares de pessoas vestidas de "V" (tal como Guy Fawkes).

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