segunda-feira, maio 01, 2006

A pensão eslovaca


Depois da "Cabana do medo" (Cabin Fever) que eu até gostei (!), Eli Roth volta com este "Hostel". Não há muito a dizer sobre este filme que pretendia com o seu trailer e toda a sua publicidade se assumir como um filme verdadeiramente-choque! Ainda mais com um nome tão prestigiado como Tarantino associado à equipa de produção. Acho que o Quentin deve ter ficado arrependido de se ter ligado a este novo filme.
"Hostel" é a história de 2 rapazes (ultra)americanos, e 1 islandês que na boa tradição americana de "backpacking" viajam pela Europa, saltitando de país em país, à procura de divertimento (leia-se gajas, droga, noite). Começando o filme em Amesterdão (tinha que ser! obsessão que eles tem por aquela cidade), os rapazes divertem-se no "Red light district". Ao fim da noite conhecem um individuo do leste da Europa, que lhes aconselha a viajar até a Eslováquia, lugar onde pretensamente seria mais fácil conseguir "sneepur" (clitóris em islandês-como o Oli jocosamente declama).
E, lá vão eles para a Eslováquia cheios de vontade e esperança, ainda no comboio conhecem um misterioso homem que come com as mãos (que depois reencontram)... Chegados à pequena localidade eslovaca, e à famosa pensão são imediatamente seduzidos por 2 sensuais eslovacas. Acabam por sair com elas e, no final da noite, um deles (Oli) desaparece.
E, por estranho que pareça, o melhor do filme (e não devia sê-lo) é toda esta parte do divertimento que eles tem na noite, porque efectivamente, o filme até de terror tem pouco, em termos de quantidade filmica!
O que assistimos depois, é a execução contínua de cada um até chegar ao ultimo (Jay Paxton) interpretado por Jay Hernandez que consegue fugir e vingar-se, e ainda tem tempo para salvar uma japonesa(que acaba por se suicidar). A pensão afinal não era mais do que, um local de angariação de vítimas para um clube secreto de tortura, onde os membros pagavam altas quantias para dispor de um humano para sacrificar da forma que quisessem.
Fica-se com a sensação que o filme não corresponde às expectativas, porque: o início,a apresentação demora algum tempo e de terror em si há pouco. Existe contudo um plano bastante impressionável (e admito que queria olhar e não queria olhar ao mesmo tempo), escusado será dizer que envolvia um olho. Mas acho o plano exagerado, e penso que foi só com a ideia de "chocar".
A nível de interpretações, quem mais se destaca é um "tarado"-numa intervenção curta,por sinal- (Rick Hoffman), cliente, e secreto torturador que fala de tal modo entusiasmado, doentio sobre aquelas sádicas práticas.
Gostei de alguns "cenários": a própria pequena cidade, e o edifício abandonado onde se cometiam os tormentos. Este especialmente, um local com potencialidades fotográficas !
Enfim, é um filme que desilude a meu ver e que provavelmente terá enfurecido os eslovacos pela imagem que dá do país. Não conheço o país, mas quero conhecê-lo (não pelo filme LOL), não sei como é, mas lá que a imagem não é simpática lá isso não é.
No entanto, se calhar este filme relembra-nos quão mórbido e desequilibrado , o nosso mundo pode ser. Porque existem sub-mundos que não conhecemos e que superam as nossas piores expectativas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pelos vistos, filme com ingredientes apetecíveis, porém, com um desenrolar aterrador.
Dá que pensar...
PF